Durante
centenas de anos o Trentino, uma das regiões mais pobres da Europa,
vivia de uma economia agrícola auto-suficiente. A falta de terras férteis
gerava uma emigração temporária, onde os camponeses se dispersavam
pela Europa, fazendo os mais diversos trabalhos para manterem as suas
famílias. No
final do século XIX a sociedade Trentina que era predominantemente
camponesa foi atingida pela revolução industrial, assim como toda a
Europa, levando a uma crise econômica sem precedentes.O agravamento da
crise social e política, associada à crise econômica devidas a
fatores naturais como as pragas na videira e do bicho-da-seda e também
pelas várias guerras do Século XIX, passando pelo domínio dos
franceses nas conquistas de Napoleão,
até as lutas de unificação da Itália, fizeram com que os
camponeses optassem por uma emigração permanente, transferindo-se para
a América. Isto significava terra para cultivar em propriedade própria,
onde procuraram reconstruir um novo núcleo social semelhante aquele
deixado na pátria, e ainda livrando-se de dois fatores que os
perseguiam por séculos: a pobreza e o patrão. O
capitalismo estava propondo a eles a urbanização e conseqüente
proletarização. O apelo de muitos países americanos, entre eles o
Brasil, pela necessidade de mão de obra camponesa, fez com que houvesse
uma avalanche emigratória, principalmente do norte da Itália e do
Tirol do Sul, também chamado Tirol Italiano, pertencente ao Império
Austro-Húngaro; o pico máximo da emigração foram os anos de 1875 e
1876. As
colônias que acolheram estes emigrantes de língua Italiana e que
professavam o catolicismo, que na época era a religião oficial do
Império,
foram as do Espírito Santo, liderados pela expedição “Tabacchi” e
as do Rio Grande do Sul e Santa Catarina coordenadas por Joaquim Caetano
Pinto Júnior. Esta
conjuntura fez com que ANTONIO CEOLA, filho de Francesco Ceola e
Domenica Tomasi, natural de Besenello – Trento,
nascido em 03/09/1842, casado
com Catterina Dallabrida nascida em Vigolo Vattaro em 29/10/1847, filha
de Francesco Dallabrida e Rosa Fracalossi acompanhado de sua filha
Domenica Ceola; e de seus irmãos Domenico(20/01/1832)
e Francesco Giuseppe (10/06/1834) partissem para a terra
prometida em 11/11/1876. Chegando
ao Brasil, foram encaminhados para as colônias do Sul, indo Antônio
Ceola para a Colônia de Blumenau, em Rodeio na localidade de São
Pedrinho Velho no Lote nº 21. Dos seus irmãos Domenico e Francesco
restou apenas saudades, pois houve desencontro no desembarque e as
circunstâncias da época fizeram com que nunca mais se encontrassem. Em Rodeio, São Pedrinho Velho a sua descendência aumentou, e no total tiveram os seguintes filhos:
Recentemente,
em pesquisas no livro
Vencer ou Morrer, de Renzo Maria
Grosselli,
encontramos outras famílias Ceola que imigraram para Nova Trento – SC
(Domenico, Francesco e Batista), ainda faltando documentos que comprovem
o parentesco. Valeu
o espírito de luta e a procura de novos horizontes, para proporcionar a
seus descendentes a possibilidade de dias melhores. Hoje a família
conta com numerosos descendentes, os quais na grande maioria já
abandonaram o objetivo inicial que era a vida no campo, e foram levados
pela nova modalidade social que é o capitalismo e a industrialização.
Contamos entre os seus descendentes: agricultores, médicos,
farmacêuticos, bioquímicos, engenheiros, fisioterapeutas, professores,
comerciantes,
funcionários públicos, administradores, industriais, operários,
muitos estudantes universitários entre outros.
Descendência esta que deixaria qualquer um dos que emigraram
cheios de orgulho. Como descendentes agradecemos a coragem com que
enfrentaram as adversidades aqui encontradas, e seguramente afirmamos
que a luta foi cheia de fé, esperança e a semente plantada num solo
fértil,
regada de seriedade, honestidade e trabalho floresceu. Vocês Foram
Vencedores!! MUITO
OBRIGADO ANTONIO CEOLA E CATTERINA
DALLABRIDA. |
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